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junho 18, 2010

Minha imprevisível felicidade



Eu estava simplesmente andando nas ruas, procurando algo. O sol que fazia confortava-me. Nos dias frios que andara fazendo nos últimos dias, o sol era naquele momento como um abraço apertado dado por alguém muito bem agasalhado.
Eu não fazia idéia do que estava procurando. Algo estava me deprimindo profundamente, me incomodando e sufocando. Algo em mim estava errado. Algo em mim faltava.
Mesmo sem ter idéia do que queria, continuei minha procura. Sabia que estava procurando algo que faltava. Mas o que isso era? Quem era? Estava procurando algo que não sabia quem nem o que. Uma hora eu havia de achar. Mesmo que meus pés doessem e enchessem de calos. Mesmo que anoitecesse e eu não soubesse como voltar para casa. Eu ia achar de qualquer maneira. Eu não ia desistir. Não mesmo.
Meus pés gritavam por descanso e meu corpo por uma noite de sono. Já anoitecera e eu não havia tido resultados de minha busca. Minha razão me beliscava para desistir daquela procura insana e insensata. Eu gritei de volta que jamais desistiria da minha procura.
Para que eu não desmaiasse, entrei em um boteco para tomar um copo de água e dar uma folga para meus pés. Vi um rapaz com seu rosto mergulhado em dor. Ele olhava para um copo de conhaque como se procurasse algo. Aquela imagem chamou a minha atenção, então me aproximei.
Quando me aproximei, escutei-o resmungar coisas como “onde você foi parar?” olhando para dentro do copo. Ele parecia ainda estar sóbreo e não o vi beber até aquele momento uma gota de álcool. Seus olhos estavam vermelhos e lágrimas caiam sem parar. Ele estava triste.
Fui chegando cada vez mais perto, sendo dominada pelam minha curiosidade. Ambos estávamos procurando algo. Era algo em comum.
“Desculpe, mas o que você procura nesse copo?” me atrevi a dizer. Minha curiosidade estava me cutucando sem parar.
“Minha felicidade fugiu de mim e ela deve estar em algum lugar” ele disse olhando no fundo do copo, aos soluços.
“Eu também estou a procura de algo, podemos procurar juntos”.
O que ele fez foi sorrir. Limpou suas lágrimas e permaneceu sorrindo, olhando fundo nos meus olhos. Aquilo me fez sorrir também. Há muito tempo que eu não sorria. Eu finalmente me senti... feliz! Eu estava conversando com um desconhecido que procurava a felicidade dentro de um copo de conhaque e me sentia Feliz!
“Creio que não precisaremos mais procurar” ele disse sem tirar o sorriso de seu rosto. Eu assenti, porque ambos achamos o que procurávamos.
Nossa imprevisível felicidade. Uma companhia.

Horrana Porfírio
Super beijinhos

3 comentários:

  1. Que história fofa!!!
    Parece até cena de filme, viagei na narrativa!
    Adorooooooooooo histórias, principalmente aquando são leves e fofas!
    Aí os encontros e desencontros da vida!
    Tava lendo seu post de baixo, nossaaaa tbm estou meio p com o Blogger e por isso quero mudar pro Wordpress, ams por enquanto vamo que vamo kkk

    beijocas!

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  2. AHH! o final foi inesperado,gosteei.
    detesto textos previsiveis hehehe ;D

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  3. *------* ela é a melhor que eu já vi !!
    HOHON ♥

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